Trauma do ombro
Diferentes tipos de trauma podem levar a lesões do ombro. O mais comum é queda ao solo, quando pode haver lesão por impacto direto sobre o local ou por tentativa de apoio com o membro. Fraturas, luxações e rupturas tendinosas são algumas possibilidades de lesões.
- Fraturas: do úmero, da clavícula, da escápula
- Luxações: glenoumeral, acromioclavicular e esternoclavicular
- Rupturas do manguito rotador
- Contusões
Fraturas:
Úmero
O úmero é o osso do braço e faz articulação com a escápula no ombro. Ele é dividido em três partes: a região superior recebe o nome de úmero proximal, a região mais inferior é o úmero distal e entre elas é a diáfise do úmero. As fraturas de cada parte são diferentes entre si e têm tratamentos específicos.
Fraturas do Úmero proximal: são lesões comuns em pessoas idosas, com algum grau de osteoporose, decorrentes de quedas ao solo, aparentemente simples. Pessoas mais jovens também podem ter tais fraturas consequentes a traumatismos mais fortes, como em prática esportiva e acidentes de trânsito.
A dor é o principal sintoma logo após o trauma. Os movimentos do ombro ficam extremamente desconfortáveis e pode até ser ouvido o barulho do atrito entre os fragmentos. Nos primeiros dias após o trauma surge uma mancha arroxeada no ombro e no braço, que vem do sangramento interno na região da fratura.
A maior parte das fraturas do úmero proximal é tratada sem cirurgia. Há indicação de repouso, com uso de tipóia e medicação analgésica. O tempo para a melhora pode variar, mas geralmente são necessários ao menos dois meses para se obter condições para movimentos mais amplos do ombro.
O tratamento cirúrgico está indicado nos casos em que há grande distância entre os fragmentos fraturados. O objetivo é fixar as partes restabelecendo o contato entre elas. A fixação pode ser feita com fios, parafusos e placas. A prótese do ombro é usada quando não há possibilidade de reposicionar os fragmentos e fixá-los.
Fraturas da diáfise do úmero: são propriamente as fraturas do braço, ou seja, entre o cotovelo e o ombro. São lesões muito limitantes logo após o trauma, com deformidade e dor intensa.
É comum que a pessoa não consiga movimentar normalmente o punho e a mão, o que é causado pelo acometimento do nervo radial, que passa muito próximo ao úmero e pode ser lesionado no momento do trauma. O tratamento das fraturas da diáfise do úmero é conservador na maioria dos casos. Após um período de uso de imobilização de gesso, está indicado o uso de tutores, também chamados de “braces”, que são aparelhos feitos sob medida, para serem usados continuamente até a consolidação óssea. Quando a distância entre os fragmentos é grande, há necessidade do tratamento cirúrgico, que pode ser feito com uso de placas e parafusos ou hastes.
Fraturas da escápula: a escápula, antigamente conhecida como omoplata, é um osso que tem muitos músculos ao seu redor e por isso é necessário um traumatismo de maior energia para provocar fraturas. Felizmente, a maior parte dos casos não têm distanciamento entre os fragmentos que necessite de qualquer intervenção médica, cabendo apenas o tratamento conservador, com imobilização de analgesia. Apenas 10% a 20% dos casos têm indicação de tratamento cirúrgico.
Fraturas da clavícula
Quedas ao solo em prática de esportes e acidentes automobilísticos são as principais causas das fraturas da clavícula
Normalmente a lesão é bem evidente, com dor localizada e dificuldade de movimentação. Pode ser visível uma pequena deformidade na região da dor.
Assim como as demais fraturas da região do ombro, o tratamento é conservador na maior parte dos casos. A decisão pela cirurgia é baseada no deslocamento entre as partes fraturadas. Essa medida é feita através das radiografias adequadas. O uso de placas e parafusos é necessário para fixar os fragmentos em posição adequada até a consolidação óssea.
radiografias
Luxações
Luxação é o termo usado quando há separação entre duas partes de uma articulação. Popularmente se diz que o ombro “saiu do lugar”. Pode ocorrer a luxação entre o úmero e a escápula, entre a escápula e a clavícula e entre a clavícula e o esterno.
Luxação esternoclavicular
São situações raras em que a clavícula se desloca do esterno, com dor e inchaço no local. Apesar da impressão inicial ruim, essas lesões geralmente tem evolução favorável. O tratamento consiste em uso de medicação para controle da dor e repouso. Muito raramente é necessária a cirurgia.